Curto e grosso caros amigos Retroaventureiros: estou me redimindo de um de meus pecados gamísticos mais sérios: nunca ter jogado aquele que é considerado como um dos melhores e mais clássicos beat’n Up’s comedores de fichas da Capcom: FINAL FIGHT, o original, que até minha noiva jogou e eu não! Que Jesus Pixel me perdoe!
Sim amigos, depois do apedrejamento, açoitamento e linchamento com direito a dedada no olho e chute nas nádegas que sofri ao revelar que nunca havia jogado nem se quer o original para arcade deste que é um dos jogos mais classicos da Capcom, o tio Sabat aqui resolveu se redimir. Assim, tratei de arrumar um tempinho livre entre uma jogatina e outra para poder por em prática o plano de terminar alguns jogos desta franquia, analisá-los e finalmente, trazer minhas impressões até vocês amigos, tudo isso no intúito de conseguir minha absolvição total pela divindade maior dos games, e garantir assim meu terreninho de 2 lotes no Céu Pixelado!
O motivo foi esse: “no auge dos meus 1,6m de altura e uns 45 kg, nunca consegui se quer colocar uma mísera ficha na máquina do fliperama do bairro devido à fila de jogadores marmanjos desesperados para jogar. Mais tarde o jogo teve uma conversão mai o meno para Snes que não permitia se jogar de 2 jogadores, enquanto surgia no Megadrive o clássico Streets of Rage… Resultado, nunca mais se quer cogitei jogar esse game, pior ainda terminá-lo”, e já havia relatado isso lá na matéria especial de Pecados Gamísticos da Equipe Retroplayers. Então se o meu primeiro contato visual foi com a versão Arcade do game, nada melhor que começar por ela né?
Final Fight – Arcade
Saudades dos tempos de idas e vindas dos fliperamas do centro da cidade… Memoráveis partidas de Black Tiger e Rygar, e mais tarde, TMNT e Aliens vs Predator no shopping! Sim senhor, eu tive uma época áurea de jogador de fliperamas na adolescência, período em que eu costumava ir frequentemente com os amigos desfrutar daquelas maravilhas eletrônicas movidas a fichas. Mas antes disso, antes de eu ter idade e tamanho para frequentar um fliperama longe de casa sem que meus pais tivessem crises de desespero, teve uma época em que eu só olhava os grandões jogarem Double Dragon no bar. E aquele jogo me fascinava! foi a primeira vez que eu vi um game onde os carinhas desciam o cacete nos bandidos, e eu achava aquilo o máximo! Durante muito tempo não consegui jogar devido a minha timidez exagerada e a fila de adolescentes que nunca terminava, mas pouco depois, o interesse do pessoal baixou drasticamente por que, com aquele esquema fuleiro de ficar dando cotovelada a torto e a direito, o mundo inteiro conseguia terminar o jogo. Foi minha chance de jogar algumas fichas, e joguei bastante até!!
Graças aos céus que deu pra aproveitar razoavelmente bem e desferir muita cotovelada na bandidagem, por que alguns meses depois, em meados de 1991, pintou no bar uma nova máquina de pancadaria, que atraiu todos os adolescentes do bairro (e talvez do município) pra dentro do estabelecimento, não sobrando lugar nem para que o anão aqui pudesse se quer olhar a tela. Claro que me refiro a Final Fight, o jogo de luta que evoluiu o que começou em Double Dragon e definiu como seria o estilo beat’n up, um dos mais populares de todos os tempos e que anda meio esquecido nos dias atuais de jogatina desvairada 3D.
Agora, caros amigos Retroaventureiros, pulando a parte melancólica onde estão relatos das muitas vezes que eu tentei inutilmente depositar uma fichinha naquela máquina, e fracassei tanto que a minha vontade de jogar o dito cujo foi pro vinagre, fato que só piorou com a chegada de Streets of Rage, chegamos aos dias atuais, cheios de emuladores e jogos de todos os tipos, datas e estilos, espalhados pela internet prontinhos para serem baixados e detonados!
Então qual a desculpa pra não detonar Final Fight aqui no Mame sem gastar um tostão em fichas? Nenhuma obviamente, mas mesmo assim eu só fui começar a jogar a poucos dias, impulsionado pela saraivada de exclamações que eu presenciei no tópico de Pecados Gamísticos!
Então peguei o controlpad e o jogo começou… Antes tarde do que nunca!
E como um grande apreciador de jogos deste estilo, já tendo jogado um mundaréu deles e para as mais variadas plataformas, gostei muito do que vi! O que me chamou a atenção logo de cara foi um fator que eu me recordava mas não tinha idéia de que chegasse a tanto: o tamanho dos personagens na tela. Provavelmente, nunca joguei um beat’n up com personagens tão grandes, e nem me recordo de existir algum também! Sprites grandes e muito bem feitos, ficou na cara o motivo de tanta adoração ao jogo quando foi lançado: era um patamar gráfico e sonoro muito a frente de seu tempo.
São 3 personagens selecionáveis e que dispensam apresentações, pois até eu que nunca havia jogado nada de Final Fight conhecia muito bem os fulanos. O negócio é por o crédito, escolher o espancador e começar a jogar, bem ao estilo arcade e sem maiores complicações. A peleja acontece em Metro City, a cidade fictícia palco da pancadaria, e os meliantes da gangue Mad Gear, subordinados do chefão do crime organizado que já aterrorizava a cidade a anos, resolveram sequestrar a filha do novo prefeito para que ele já soubesse de antemão quem é que tomava conta do pedaço. Só que eles não sabiam que o prefeito era uma montanha de músculos campeão de luta livre profissional, que o namorado da menina era o Bad Boy Brigão nº1 da cidade vizinha, e que o melhor amigo dos dois era um…ninja! Bem, o restante da história é irrelevante, pois se resume a corpos espalhados pelo chão!
Dois personagens podem se aventurar simultaneamente pelos cenários que simulam as regiões (ou quebradas) da cidade, que por sinal, são localidades extremamente bem detalhadas, ainda mais levando-se em conta a idade do game. São todas elas muito bem variadas, o que leva os espancadores de marginais a passarem por locais como becos, boates, ringues de luta clandestina, e demais antros de bandidagem que possam existir em uma cidade pequena como Metro City. O visual metal-farofa de segunda metade dos anos 80, cheio de roupas apertadas de couro, se mistura a moda black-brega, do mesmo período e cheia de trajes coloridos, para caracterizar os meliantes que, se não fossem espancados pelo sequestro, seriam pelo figurino… Mas isso caiu como uma luva ao game, e deixou muito bem especificado quem merece levar cacete!
E a gente desce a lenha nos bandidos utilizando combinações básicas de golpes, ou pelo menos são básicas agora, pois na época devia ser a mais pura novidade: soco repetidas vezes para uma sequência, voadora, golpe especial que gasta HP com 2 botões ao mesmo tempo, voadora fraca segurando BAIXO antes de apertar o ataque, agarrão. Ha poucas variações nos ataques, como Haggar que pode andar enquanto segura o meliante, mas nada que modifique muito drasticamente a jogabilidade, que é precisa, rápida e intuitiva, o total oposto do que era o beat’n up mais popular até então, Double Dragon, por exemplo.
Então tio Sabat, o jogo era as mil maravilhas? Não senhor, caro padawan, não era. O jogo é excelente até a metade, pois a partir dali, começa o Coin Eater.
Consta no Dicionário Retroplayers de termos e expressões gamísticas:
Coin Eater: do português Comedor de Fichas; Expressão relativa a jogos de Arcade que eram desenvolvidos com o objetivo principal de obrigar o jogador a gastar o máximo de dinheiro possível em fichas à serem depositadas na máquina.
Perto da metade do jogo, mais precisamente depois que se chega ao segundo ringue, a dificuldade do jogo aumenta a níveis astronômicos. Fica impossível passar pelos meliantes sem apanhar, pois eles vem em grupos de 5, 10, 15 safados de uma vez que entopem a tela e não te deixam respirar. É voadora, é rasteira, é coquetel molotov, é choque elétrico, é facada, e o seu HP desce igual menstruação enquanto suas fichas vão pro vinagre uma a uma, sem dó nem piedade. E como se não bastasse, os líderes de fase se tornam extremamente apelões, e não morrem enquanto não levarem junto umas 3 vidas suas. Fica tão difícil que deixa de ser divertido para se tornar frustrante, tanto que quando injuriei de tanto recomeçar o game e resolvi ir reto até terminar pela primeira vez, gastei 18 fichas. E olha que eu já estava indo até o final da 3ª fase com 1 ficha só!!
O jogo é tudo de bom, mas a dificuldade exagerada, comum aos games de arcade, acaba prejudicando a diversão. Ta certo que existiam aqueles viciados doidos que terminavam o game com 2 ou 3 fichas nos fliperamas da época por ai usando e abusando daquele esquema maroto de dar 2 soquinhos pra frente e 1 pra trás no vazio, mas o número de fichas que esses caras compraram até que conseguissem realizar tal façanha, deve ter ajudado muito a deixar a Capcom do tamanho que ela é hoje!
Ainda hoje, mais de 20 anos após o seu lançamento, Final Fight pode ser considerado um dos melhores do gênero. Com os recursos do MAME, que nos permite jogar qualquer coisa do passado quase perdido dos arcades em nossos computadores pessoais, temos acesso a uma penca de beat’n ups, cada um com suas características próprias, temáticas e ambientações, mas poucos deles conseguem se igualar ou serem melhores do que este clássico de pancadaria da Capcom.
E a luta continuou, pois tudo que é bom e lucrativo no universo gamer sempre recebe continuações e ports para outras plataformas… Só que isso nem sempre sai do jeito que os fãs esperam, ou melhor, quase nunca!
Digo isso com propriedade, pois Final Fight se tornou um exemplo perfeito de continuações sem muito brilho e de ports com muita ou sem qualidade alguma. Pois é, eu aproveitei o embalo e detonei mais jogos da série, entre eles 2 ports (sendo 1 espetacular e 1 bem fraco) e duas continuações que ficarão para um momento um pouco mais pra frente!
Final Fight – SNES
Poucos sabem (ou pelo menos nunca pararam pra pensar a respeito) que o derradeiro Final Fight foi portado para algumas plataformas orientais (na maioria PC’s) durante o ano de 1991, sendo a melhor delas, pra variar, para o ex-super computador exclusivo dos japas Sharp X68000 (que por sinal, merece um review aqui no Retroplayers), mas o que todo mundo sabe sem exceção é que neste mesmo ano, enquanto as máquinas de arcade chegavam e se estabeleciam no Brasil como uma novidade sem precedentes, o game já tinha sido lançado para Super Nintendo tanto no Japão quanto nos EUA.
Sim, as coisas demoravam um pouco pra chegarem aqui (coisa que acontece até hoje), e quando o SNES começou a se popularizar aqui no Brasil, o Mega Drive já tinha uma boa base de consoles instalada, e um tal de Streets of Rage bombando boa música no ouvido dos jogadores.
Assim sendo, Final Fight de SNES pra mim se resumia a até alguns dias atrás, a um nome em meio a muitos outros da biblioteca de jogos do console da Nintendo, e eu preferia que tivesse continuado assim, pois me perdoem os fãs do port para o SNES: vocês não vão gostar do que vão ler!
Minha primeira impressão foi: o jogo está meio sem cor, não? Logo de cara achei os gráficos do jogo meio apagados e sem vida, mas me limitei a pensar no fato de que era um port de um jogo para arcade que usa uma placa gráfica bem mais potente do que a do console em questão, e isso pra mim bastava para que eu pudesse considerar o game agradável de se ver, e por sinal, bem mais do que o primeiro título da minha amada série Streets of Rage.
A segunda foi: cadê o Guy? Apesar de não ser tão eficiente quanto Cody e Guy, eu gostei muito de jogar é com o Haggar, pois considero a jogabilidade dele a mais divertida das 3. E ele está lá, pronto para ser escolhido e desferir pilões nos meliantes, mas cadê o Guy? É, o ninja havia sido sacado da versão SNES sob alegação de falta de capacidade do console… a mesma alegação que usaram para justificar a ausência do jogo em dupla. Pois é, o port também não tem multiplayer, e metade da diversão de se jogar em casa com os amigos vai pro vinagre por causa disso. E como só se pode jogar solo, não entendi o motivo de Guy não estar selecionável, pois já que o console não precisa carregar 2 players simultâneos, poucas adaptações seriam necessárias para adicionar os sprites e a jogabilidade do ninja.
A terceira foi: cadê a Roxy e a Poison? No lugar das gostosas do arcade, a Capcom tratou de meter 2 punks feios magrelos e absurdamente chatos. Censura? Por quê? Elas estavam peladas e eu não vi? Ou bater em mulher no videogame é feio? Sei lá o que se passou na cabeça dos programadores da Capcom, mas o pior é que não parou por ai.
A medida que eu ia jogando, o game ia se revelando para mim um verdadeiro desastre quando comparado a sua versão para arcades. A qualidade sonora estava imprestável, com músicas que nem de longe lembravam as boas batidas do arcade, e efeitos sujos que mais pareciam ruídos no lugar dos barulhos de coisas quebrando e gritos de golpe dos heróis e bandidos. A jogabilidade estava mais lenta e apresentava várias falhas de colisão, e comecei a perceber isso quando comecei a necessitar de respostas mais rápidas do controle e não as obtinha, mais precisamente a partir da luta contra o Sodon. Era mais ou menos o mesmo ponto em que a dificuldade aumentava vertiginosamente no arcade e a mesma coisa aconteceu no SNES mas de forma totalmente diferente, e muito pior: como o console não aguentava aquele número exagerado de inimigos na tela ao mesmo tempo, a Capcom teve que diminuir drasticamente o tanto de meliantes que te atacam de uma vez, e isso naturalmente deixaria o game mais fácil se não fosse o power-up insano que a empresa resolveu dar nos inimigos! Agora eles te atacavam de maneiras absurdas, como no meio de uma sequência, ou te agarrando mesmo estando apanhando, e o dano dos sopapos deles ficava ridiculamente alto! Ficou comum encurralar um inimigo no canto e de repente, ver ele correr na velocidade da luz como se tivesse despertado o 7º Sentido do Seya, te agarrar e te jogar longe. Mais comum ainda era dar porrada em 3 inimigos ao mesmo tempo e perceber que um deles não está sentindo as porradas que deveriam estar atravessando seu corpo, para depois presenciar esse mesmo inimigo te bater e te ferrar por que todos os outros iriam começar a esfolar você vivo. Pior é tentar então aplicar a voadora especial para afastar os inimigos, por que ela não sai, e quando resolve sair, quase sempre alguém te acerta um soco antes e cancela o movimento! A movimentação dos inimigos é robótica, e chega a ser ridículo o jeito como em muitas ocasiões, os meliantes copiam os seus movimentos subindo e descendo pela tela juntinho com o seu personagem como se eles soubessem imediatamente para onde você apontou o direcional. Essa situação só vai piorando, e chega uma hora que você começa a se perguntar quantas fases faltam para o jogo finalmente terminar, e isso me leva a mais uma impressão!
A quarta foi: cadê o Rolento? ou melhor, cadê a fase inteira do Rolento?!? Sinceramente não sei se isso foi uma coisa boa ou ruim, pois ao mesmo tempo que uma fase inteira era sumariamente retirada do jogo, era uma fase a menos de sofrimento com a péssima jogabilidade e super poderes dos inimigos.
Ainda assim a versão de SNES é obviamente mais fácil que a do arcade, e consegui terminá-la depois de muita perseverança, paciência, xingamentos e crises de fúria.
Reconheço que na época o povo não achava ruim e muita gente que eu conheço gostava deste jogo, mas acredito agora que isso era mais devido a euforia de se ter o jogo do arcade no seu console caseiro do que por qualidade do título.
Sim, o jogo é ruim, e só não ficou com nota vermelha por que os gráficos são bons, e devido a isso considero que poucos ajustes seriam necessários para que essa versão de Final Fight ficasse consideravelmente boa. Por exemplo, uma tela de opções para se ter acesso a diferentes modos de dificuldade, aumento de vidas extras, configuração de botões e coisas do tipo seria muito útil, e é um negócio básico que inexplicavelmente não existe no port de SNES.
RETIFICAÇÃO: O jogo possui uma tela de opções escondida, e para acessá-la, é necessário segurar o botão L antes de dar START. Nela é possível modificar a dificuldade, aumentar o número de vidas, e adicionar um botão para o golpe especial. Dica do amigo Edu Aurrai!!
Ao contrário disso, a Capcom errou feio ao querer se prender erroneamente a dificuldade do Arcade, e como não soube portá-la para o console, obteve um resultado catastrófico que conseguiu estragar de uma vez só a jogabilidade e a diversão do jogo, que são os principais fatores para um Beat’n Up obter sucesso.
Mas felizmente a Capcom é uma empresa que dificilmente erra duas vezes… Ta bom, ta bom, ela lançou Final Fight Guy em 1992 e fora o troca-troca de personagens e a adição de itens de Vida Extra e Invencibilidade, o restante do jogo não melhorou em quase nada… Mas ela errar 3 vezes seguidas é impossível!
Final Fight CD – Mega CD
Um fato inusitado ocorreu no ano de 1993: a franquia Final Fight inesperadamente morreu para os fliperamas, tendo sua continuação no console atual da Nintendo, o SNES, com o game Final Fight 2, e depois em 1995 com Final Fight 3, que serão destrinchados em breve aqui no Retroplayers.
Em breve, por que antes disto, a Capcom quis mostrar para quem quisesse ver que o desastre ocorrido com a versão de Final Fight para SNES havia sido apenas um pequeno deslize, e em 1993, ela lançava mais um port de seu arcade de maior sucesso até então, e desta vez para o morto vivo MegaCD.
OK, o console naquela época ainda não era um zumbi moribundo, e até recebia títulos bons como os games da extinta Telenet, empresa que investia pesado no console, e a Capcom foi no embalo para lançar Final Fight CD no aparelho, um port que merecia muito mais visibilidade do que teve. Eu mesmo nem sabia que existia Final Fight para MegaCD, fiquei sabendo durante minhas pesquisas mesmo sobre ports do game original, e ainda bem que resolvi jogá-lo pois, se a Capcom queria a chance de mostrar que conseguia fazer um port decente do jogo para consoles domésticos, foi ali que ela conseguiu: Final Fight CD é espetacular!
Logo de início, já se percebe a diferença monstruosa na qualidade da trilha sonora, que foi totalmente remixada e nem de longe lembra os arranjos de sintetizador da versão original. Qualidade de CD é outra coisa né? Melhor ainda foi quando ao invés de legendas, me deparei com diálogos falados durante a abertura toda (que por sinal, estava bem maior que a original); é certo que a qualidade de dublagem era de filme B, mas que ficou muito legal, ficou! Terminou a abertura, vemos a tela de título e mais uma grata surpresa: menu de opções! Pois é senhores, agora podemos mudar os botões, configurar um botão para o golpe especial, mudar a dificuldade (se bem que não deu resultado algum, continuou ridiculamente difícil até no easy), aumentar o numero de vidas de 3 para 5, etc! Um recurso tão básico, imprescindível e obrigatório em qualquer jogo de videogame que se use 2 ou mais botões, e que a Capcom inexplicavelmente não colocou na versão de SNES.
Obviamente que nesta versão é possível se jogar em dupla, e os 3 heróis estão selecionáveis na tela de título! Mas fui direto no Haggar (quebrar costelas é o que ah), e ao começar a jogar percebi uma queda gráfica em relação à versão arcade principalmente no que diz respeito a paleta de cores, coisa já esperada em se levando em conta o hardware do aparelho, mas não percebi diminuição de número de sprites, nem queda de quadros durante a jogatina, o que deixou a movimentação do game tão suave e detalhada quanto a original e extremamente superior á do SNES. Apesar de uma pequena censura, foi muito gratificante ver que Poison e Roxy voltam aos seus lugares neste port, só que trajando roupas com um pouco mais de pano, e todas as curtas cutcenes do jogo original foram mantidas, coisa que não aconteceu no port de SNES.
Por falar em cortes, a área Industrial também estava lá, ou seja, o game desta vez estava completo como veio ao mundo!
E com a trilha sonora sendo um verdadeiro espetáculo, os gráficos fazendo muito bonito, a jogabilidade arcade sendo mantida, e várias opções extras para melhorar a experiência implementadas, o que poderia ser negativo então em Final Fight CD?
Eu lhes respondo, caros amigos Retroaventureiros, a dificuldade! O game mantém o padrão de dificuldade do arcade, com toneladas de inimigos aparecendo ao mesmo tempo e cheios das piores intenções possíveis para com os heróis assim como era no arcade… Só que o Sega CD não tem buraco pra por ficha! Mesmo aumentando o número de vidas para 5 e teoricamente diminuindo a dificuldade no menu de opções, o game não nos dá folga e terminar Final Fight CD se torna um desafio semelhante à terminar o jogo de arcade com 3 fichas apenas, que é o número de continues que nós temos no port. Sentiu o drama?
Se a dificuldade fosse mais balanceada, ou se tivéssemos um número maior de continues, o gameplay seria muito mais divertido e o game superaria até mesmo o original, pois no restante dos quesitos ele se sai tão bem ou até melhor do que este.
Considerações finais do Sabat
Caros amigos, assim termino a primeira missão de redenção no Retroplayers, e posso diser que com certeza não me arrependi de ter jogado Final Fight: o arrependimento é por não ter jogado essa maravilha dos arcades antes!
Trata-se de um game espetacular e com potencial para ser notável até mesmo nos dias atuais, mas que em contrapartida, é estupidamente difícil e tem seu fator diversão prejudicado devido a isso.
Quanto a versão de SNES, ficou claro para mim o porquê de a crítica especializada da época preferir quase que por unanimidade a série Streets of Rage à série Final Fight. Sei que se eu tivesse jogado na época, fatalmente minha opinião poderia ser mais favorável pois eu não teria conhecido a fundo a versão arcade, que é muito superior, mas considero tabém que se este game tivesse sido feito 1 ano depois, seria um port muito melhor pois a Capcom estaria mais familiarizada com o hardware do SNES, que provou durante o passar dos anos que era capaz de fazer coisa bem melhor do que o apresentado neste game.
Quanto a versão MegaCD, fico triste pelo console não ter dado muito certo, pois este port é o melhor disparado para os consoles caseiros e merecia muito mais reconhecimento do que teve.
Menos 1 pecado na carreira gamística aqui do Sabat!
Mas eu não parei de jogar Final Fight no primeiro jogo não, em breve tem mais analises dos jogos dessa franquia, que teve mais 2 capítulos lançados para SNES e que eu já joguei, e uma versão SD espetacular para NES junto com um port piratão muito interessante do 3º jogo.
Espero que tenham gostado da redenção amigos, e não percam as continuações, tanto da REDENÇÃO quanto da franquia FINAL FIGHT!

O slogan do antigo RetroPlayers ainda vale pra mim: “também to morto mas tô aí!”
E muito bem acompanhado =)