Assim como os fighting games, os beat n’ups e outros gêneros, eles também tiveram os seus dias de glória. Conhecidos entre a galera como “jogos de navinha”, os shooters aéreos e espaciais foram muito populares, sendo impossível conhecer algum retro-gamer que não os tenha jogado ou ouvido falar deles. E o Mega Drive/Genesis foi bem servido com este tipo de jogo. Além das conversões vindas de outras plataformas, muitos foram produzidos exclusivamente para o console. Lhe garanto, de alguns deles você nunca ouviu falar. Então, vamos relembrar ou conhecê-los?
Há muita coisa legal para se dizer sobre eles, como por exemplo suas histórias, seus curiosos chefes de fases ou mesmo seus cenários criativos e cheios de detalhes, onde muita imaginação dos produtores foram empregadas. Mas imagino que o Game Over seja a principal lembrança de muitos que tentavam encará-los, principalmente nos arcades, pois é o tipo de game que exige muito de nossas habilidades. Do ponto de vista econômico, jogar nos consoles parecia ser sempre a melhor opção porém, mesmo no conforto de nossos lares o desafio imperava. Embora não precisássemos mais gastar o salário com fichas, nossa paciência, perseverança e reflexos continuavam sendo testados, além de nossos dedos que fatalmente recebiam alguns calos. Mas indiferente de toda a trabalheira que é terminar os games de navinha e, mesmo eu não sendo especialista em qualquer um deles, sou apaixonado pelo estilo e não me falta disposição para encarar alguns deles.
Para você que gosta do gênero, neste especial, vamos conferir alguns dos memoráveis títulos que pousaram no console da Sega. Não fique bravo comigo, se algum preferido seu não aparecer em qualquer uma das partes deste especial, o que não quer dizer que você tenha mal gosto. O fato é que são muitos os títulos e daria um trabalhão monstruoso expor todos eles aqui. Então, quem sabe numa galáxia não tão distante eu possa falar daqueles que ficaram de fora. Espero que curtam. Boa leitura!
Vamos começar nossa jornada falando deste que é um título controverso. O game é amado por muitos (eu, inclusive), mas tem gente que não gosta. Pra você que não sabe, Thunder Force é uma séria clássica muito querida e popular no Japão, que teve início em antigos computadores da Sharp e NEC. Felizmente seus games alcançaram a popularidade, não ficando restritos somente aos japoneses. A série continuou avançando, marcando presença até mesmo em consoles mais modernos como o Playstation 2. O primeiro título é de 1983 e não chegou a ser portado para o console da Sega, que passou a receber a série a partir de Thunder Force II. É claro que não deixaremos de falar de suas continuações neste especial, mas achei por bem incluir este que, mesmo não sendo tão bom quanto seus sucessores, não deixa de ser interessante, respeitando obviamente o fato de ser um dos primeiros shooters para Mega.
A história de Thunder Force II (Thunder Force II MD no Japão) toma lugar imediatamente onde termina o primeiro game. O império ORN criou uma nova e poderosa nave de combate, conhecida como Plealos. Utilizando Plealos, ORN ataca novamente a Federação da Galaxia, da qual você faz parte. Como resultado, um dos planetas afiliadas da Federação, Reda é destruído, além do planeta Nebula, que foi brutalmente atacado e agora está sob o domínio inimigo. A Federação da Galáxia elaborou um plano para buscar e destruir a Plealos, bem como as bases inimigas instaladas em Nebula. Para isso, foi enviado o LEO-02 Exceliza, caça que é utilizado por você nesta missão.
O game mescla dois tipos de jogabilidade. Em um deles você tem a visão superior do cenário, onde a rolagem da tela é livre, permitindo-lhe mover em qualquer direção. Esta característica torna as fases exploratórias, lhe obrigando a destruir todas as bases inimigas para poder prosseguir. Não há limite de tempo que lhe atrapalhe, fique à vontade. Neste modo, alvos terrestres só serão destruídos com os tiros que saem da parte frontal de sua nave. No outro tipo de jogabilidade, o game traz a velha e conhecida rolagem lateral, preferida de muitos de nós.
De início você tem apenas uma arma que pode atirar para frente com tiro duplo ou para frente e para trás ao mesmo tempo, com um tiro simples para cada lado. Mas, como todo shooter que se preze, Power Ups e várias armas diferentes podem ser coletadas, sendo possível alternar entre elas a qualquer momento. Todas são específicas de cada modo de jogo e as que forem adquiridas num modo não poderão ser aproveitadas no outro. Mas todas elas estarão disponíveis na próxima fase de mesmo tipo. É interessante experimentar todas as armas. Algumas são mais eficazes contra alvos aéreos. Uma vez adquiridos, os canhões auxiliares não podem ser destruídos pelos inimigos. Porém, sem uma barra de life, um único disparo em sua nave acaba com toda a brincadeira, pois todo o arsenal conquistado vai embora. Se achar que o game é difícil (ou fácil, vai saber né?), poderá alterar a dificuldade. Para acessar o menu de opções segure o botão A e pressione Start, durante a tela título.
Em modo side-scrolling o game é bem desafiador. Há bifurcações e caminhos estreitos cheios de armadilhas e inimigos. A movimentação da nave é relativamente lenta e você precisa calcular bem os movimentos para não ser surpreendido. Como ocorre no modo anterior, um único disparo lhe tira todos os upgrades, e a vida à bordo de uma nave “pelada” não é nada fácil, não é mesmo? Então vá com calma mas fique esperto.
Thunder Force II certamente não é um título Top, mas sendo um dos primeiros games do gênero para o Mega, merece certa atenção. Inegavelmente ele tem um grande valor nostálgico e ainda é considerado acima da média na opinião de muita gente. Se você não é radical, a ponto de condenar gráficos e sons mais simples, não vai se importar de jogá-lo.
Bem galera retro-gamer, esta foi só uma pequena amostra do que está por vir. Há muita coisa boa para mostrarmos nos próximos reviews. Fiquem atentos que logo aparece por aqui o próximo título deste Especial Shooters Mega Drive. Espero que curtam pois, apesar da trabalheira que é jogar e escrever sobre todos eles, estou me divertindo de mais. Não deixem de postar seus comentários. Grande abraço e obrigado pela leitura!
Fim

O Jeff é veterano que começou a jogar games com um Bit System. Ele ama jogos 2D. Criterioso e saudosista, adora os jogos de Nintendinho. Atualmente sua plataforma principal é um PCgamer, Mas jogar é com ele, não importa se num console da Sega, Sony e assim vai!